Mas, como é o Brasil, os sujeitos que são suspeitos num dia, tornam-se vítimas de “perseguição política” no outro e fica por isso mesmo
Fosse numa terra de leis feitas para serem cumpridas, fosse numa terra onde há honra, respeito e vergonha na cara; fosse num país onde a Justiça agisse com rigor, a vergonhosa série de achaques ao dinheiro público, partida de dentro do Ministério dos Transportes e do Dnit, certamente não deixaria de colocar uma dezena ou mais dos responsáveis na cadeia. Mas, como é o Brasil, os sujeitos que são suspeitos num dia, tornam-se vítimas de “perseguição política” no outro e fica por isso mesmo. O ex-diretor do Dnit, que ameaçou abrir a boca e contar tudo o que sabe, caso fosse colocado na fogueira pelo governo, foi convencido a baixar a bola e só falar abobrinhas em seu depoimento no Senado, porque estaria a salvo. O incrível disso tudo é que ele cumpriu o acordo à risca e nem no Congresso – que obviamente encenou o depoimento e quer fazer de tudo para deixar as coisas como estão, sem que ninguém pague por nada – e muito menos no Judiciário, se fica sabendo de ações práticas para acabar com
a roubalheira, mandar prender os envolvidos e punir exemplarmente todos os que se locupletaram em seus cargos.
A imprensa brasileira e principalmente a revista Veja, denunciou, com documentos, que a grande maioria das obras realizadas em estradas federais são superfaturadas. Os contratos, que podem ter aditivos de até 25%, acabaram recebendo até 55% de reajuste, o que é totalmente ilegal. Mas e aí? Aconteceu alguma coisa, além do xilique da presidente Dilma Rousseff com a escancarada bandalheira? Nada, nadica de nada. O que pode acontecer ainda é algum jornalista que denunciou a maracutaia, o ataque aos cofres públicos, ser condenado pela Justiça, como vilão. As autoridades chamadas competentes estão inalcançáveis pela lei. E nós, trabalhadores brasileiros, brasileiros sérios e que amam seu país, temos que conviver com essa bandalheira vergonhosa. Mais uma vez.
As 63 obras comandadas pelo Dnit em rodovias brasileiras estão sendo fiscalizadas pelo Tribunal de Contas da União. O Tribunal já recomendou ao Congresso que suspenda o pagamento às empreiteiras.
E os técnicos do Tribunal já descobriram superfaturamento nos contratos de execução de seis obras. Todas fazem parte do PAC, o Programa de Aceleração do Crescimento.
Em Alagoas, na conservação e recuperação da BR 101. No Paraná, duas obras foram reprovadas: as construções da BR 487 e do contorno rodoviário no município de Maringá, na BR 376.
No Pará, na pavimentação da BR 230. No Rio Grande do Norte, o problema está nas obras de melhoria da BR 101. Em Rondônia, na construção da BR 429.
A conclusão dos fiscais do TCU é que milhões estão sendo pagos indevidamente às empreiteiras.
A fatia reservada ao Dnit, no orçamento geral da União para essas obras, foi de quase R$ 486 milhões.
Por causa do prejuízo aos cofres públicos, o Tribunal de Contas da União já recomendou a paralisação imediata das obras. O que ainda não aconteceu porque o levantamento aqui do Tribunal ainda precisa ser analisado pelo Congresso Nacional. Só depois disso, e se o Congresso determinar, é que pode haver a suspensão de repasse de dinheiro para as empresas responsáveis pelas obras.
Nada contra o desenvolvimento nacional que visa melhorias dos intereses da Nação e da população brasileira. Porém, fica registrado a cada obra executada, as extratégias dos governantes políticos promovendo obras faraônicas com fins absolutamente políticos, extraindo milhões dos cofres públicos com destino duvidoso e corrupto.
Leiam obras faraônicas:
http://brasileafragilrepublica.blogspot.com/2011/07/ponte-rio-negro-iranduba-manaus-am.html
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