sábado, 22 de maio de 2010

Philip Agee, ex-agente da CIA que denunciou crimes, morreu em Cuba

World Socialist Web Site- Por Patrick Martin
Philip Agee, o ex-agente da CIA que rompeu com a agência e dedicou sua vida a denunciar o seu papel de subversão política, assassinato, tortura e apoio à ditadura militar, morreu em Cuba. — Fontes cubanas disseram que ele morreu de peritonite após uma cirurgia de úlcera. Ele tinha 72 anos.
— Agee aderiu à CIA em 1957, na idade de 22, logo após se formar na University of Notre Dame. Ele trabalhou para a agência por 12 anos, com três turnos de vigilância na América Latina, no Equador, Uruguai e México. Renunciou em 1969, depois de testemunhar o massacre apoiado pelos EUA contra os manifestantes estudantis na véspera dos Jogos Olímpicos de 1968 na Cidade do México.
— Depois de um esforço de seis anos para escrever uma exposição, encontrar uma editora e iludir os esforços da CIA para suprimir suas revelações, Agee viu seu livro Inside the Company: CIA Diary publicado pela Penguin Books, em Londres. — Ele fez um relato minucioso das actividades da CIA em três países latino-americanos, incluindo o recrutamento de funcionários em cada país, como informantes da CIA, o patrocínio da mídia de direita e os partidos políticos, e uma estreita colaboração com as forças repressivas local, a polícia e militares , na prisão, tortura e assassinato de estudantes de esquerda, trabalhadores e ativistas políticos.
— O livro estava cheio de detalhes da gíria da CIA, incluindo os codinomes e descrições de diversas operações, e concluindo com uma lista de cerca de 250 agentes da CIA, informantes e agentes locais, que Agee identificadas com seus nomes reais, bem como seus pseudônimos.
— Dentro da empresa foi uma bomba política, que vem em meio a revelações generalizada de planos de assassinato da CIA, a participação em golpes militares, como o massacre de 1973, no Chile, e escutas ilegais contra o povo americano, em especial aqueles que se opunham à Guerra do Vietnã. — O livro se tornou um best-seller apesar dos esforços do governo E.U. para bloquear sua publicação e distribuição, e acendeu esforços adicionais por parte de esquerda, activistas políticos para expor as operações da CIA.
— Agee participaram nestes esforços, co-patrocínio de Covert Action Information Bulletin, uma revista dedicada a soprar a cobertura sobre as atividades da CIA, e co-autor de vários livros que o nome de milhares de agentes da CIA na África e na Europa Ocidental. Ele baseou-se em seu conhecimento das práticas da CIA e penteados listas de pessoal E.U. diplomáticas e militares estacionadas no exterior para identificar aqueles susceptíveis de serem agentes infiltrados.
— Agee teve o cuidado de declarar a sua motivação política para se voltar contra a agência. Ele não era um mercenário desertando para o lado stalinista na Guerra Fria, manteve, e ele se recusou publicamente a colaboração com a KGB soviética ea DGI cubana. — Seu objetivo era ajudar a salvar as vidas das pessoas alvo de assassinato em massa pelo imperialismo E.U., e contribuir para a vitória do movimento revolucionário popular. Ele disse ao New York Times em 1974, na véspera da publicação do Inside the Company: — "Eu escrevi para organizações revolucionárias nos Estados Unidos, na América Latina e em outros lugares. Eu escrevi-o como um contributo para a revolução socialista. "
— Mesmo antes da publicação do Inside the Company, Agee enfrentou ameaças de morte originários do aparelho de inteligência E.U.. — Após o lançamento do livro, ele era um homem marcado, visado pela CIA e do governo E.U. como um todo. País após o expulsou ou recusada a admissão, sob pressão de Washington.
— Em 1978, o governo britânico do primeiro-ministro trabalhista James Callaghan deportado em resposta a seus esforços para expor o apoio da CIA de uma extrema-direita, o partido político pró-EUA na Jamaica.
Em 1979, a administração Carter revogou seu passaporte, alegando razões de segurança nacional. — Em 1982, o Congresso controlado pelos democratas aprovou a Intelligence Identities Protection Act, tornando ilegal a expor deliberadamente as identidades dos agentes da CIA, mesmo que a informação foi recolhida junto de fontes disponíveis publicamente.
— Em 1987, Agee publicou uma autobiografia, On the Run, que deu mais detalhes de seu rompimento com a agência e os esforços da CIA para retaliar. — Ele formou um relacionamento com uma mulher de esquerda brasileira, que havia sido torturada sob a junta militar que tomou o poder no país em 1964. Mesmo depois de deixar a agência, ele lutava com a decisão de expor suas operações.
Ele escreveu: — "Foi uma época nos anos 70, quando os piores horrores imagináveis aconteciam na América Latina. Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Paraguai, Guatemala, El Salvador, que foram as ditaduras militares de esquadrões da morte, tudo com o apoio da CIA e do governo E.U.. Isso foi o que motivou-me a citar todos os nomes e trabalhar com os jornalistas que estavam interessados em saber apenas que a CIA estava fazer em seus países. "
— Em sua revisão de On the Run, publicado no New York Times, Thomas Powers escreveu: "Será que Agee atividade Mr.quer prejudicar o organismo? Pode apostar que doer. A melhor prova do quanto pode ser encontrado na sua conta cuidadosa dos esforços da CIA para convencê-lo que ele não havia sido perdoada, nem esquecida, segui-lo em suas viagens, espalhando rumores sobre sua suposta ligação com o KGB e DGI, cercando-o com os agentes, batendo o telefone e ainda fornecer-lhe uma máquina elaborada com fio, a fim de acompanhar o que ele estava colocando no papel. Mais difícil de tudo foi um período de dois anos, em meados da década de 1970, quando a agência, com a ajuda de alto nível, conseguiram impedi-lo de residência na Grã-Bretanha, França, Itália e Países Baixos, aparentemente esperando hound até que ele foi forçado a tomar a sua residência no bloco soviético, onde sua verdadeira lealdade (a partir do ponto da agência de vista) não seria mais em dúvida "
— Agee sobreviveu a esta campanha e, finalmente, estabeleceu-se em Hamburgo, na Alemanha, onde viveu com sua segunda esposa, a bailarina Giselle Roberge American Agee. Ele também mantinha um apartamento em Havana, e operou uma pequena empresa americana promoção de viagens a Cuba.
— Ele continuou a ser um alvo constante de assédio e táticas da mancha pelo governo E.U.. Uma das calúnias mais notória foi a de que as revelações Agee, levaram ao assassinato de Richard Welch, chefe da estação da CIA em Atenas, que foi baleado à morte por uma organização terrorista grega em 1975. — Welch não foi nomeado em Inside the Company, que incidiu sobre a América Latina, e é agora que sua identidade foi descoberta por jornalistas locais, em Atenas.
— Isso não impediu o presidente George HW Bush, que foi diretor da CIA em 1976-1977, de acusar Agee de responsabilidade pela morte de Welch em um discurso de 1989 na sede da CIA em Langley, Virginia (no edifício agora seu próprio nome). A calúnia foi repetida por Barbara Bush, a ex-primeira dama, em sua autobiografia de 1994. Agee processou por difamação, obrigando a uma solução legal em que a Sra. Bush concordou em retirar a acusação de edições posteriores de seu livro.
— Agee manteve o compromisso de expor a CIA, e no momento de sua morte estaria trabalhando em um livro sobre as actividades da CIA na Venezuela subversiva. Sua trajetória foi: ele é o agente da CIA só encoberta conhecido por ter rompido com a agência de repulsa contra os seus crimes, e dotado de coragem moral para tornar pública essa ruptura, correndo assim o risco de repressão ou assassinato.
— Apesar de sua confissão do socialismo, que ele erroneamente identifica-se com o Estado cubano Agee foi a voz da consciência moral ultrajada ao invés de compreender politicamente educados. Como ele escreveu em Inside the Company: "Quando entrei para a CIA acreditava na necessidade de sua existência .... Depois de 12 anos com a agência eu finalmente entendi o quanto o sofrimento que estava causando, a milhões de pessoas em todo o mundo foram mortos ou tiveram suas vidas destruídas pela CIA e as instituições que apoia. "
— Agee escreveu de uma sessão de interrogatório no Uruguai, que ele ouviu de uma sala ao lado: "Os gemidos aumentaram de intensidade, transformando a gritos. Até então eu sabia que nós estávamos escutando alguém sendo torturado .... Eu vou estar ouvindo a voz por um longo tempo. "
—Os crimes expostos por Agee e outros têm a maior relevância hoje, quando o papel da CIA de tortura, prisões, detenções secretas e ilegais é mais uma vez o foco da atenção do público.

sábado, 15 de maio de 2010

O Complexo IPES, IBAD, ADELA, e suas mediações no Poder. FFAA, combater o comunismo no Brasil.

O Brasil deve possuir forças armadas poderosas e concluir a ocupação da Amazônia. Iria até mais longe: Este processo está ligado à reconstrução do conservadorismo e do patriotismo no Brasil, coisa que se está a tentar fazer, mas também é necessário que o Brasil assuma uma postura diversa no continente, afinal, alguns dos seus vizinhos, como a Colômbia, precisam de ajuda.
— O Brasil cria o vácuo à sua volta que justifica a intervenção dos “players” mundiais. O ridículo dessa omissão é tanto que até a Espanha se aproveita disso. Assim, é preciso que o Brasil, como país mais importante da região, garanta a soberania dos países do continente e não deixe que potências alienígenas aqui intervenham.
— Mas, ainda há mais uma dificuldade. A descolonização da parte espanhola do continente deixou uma colcha de retalhos e é importante discutir a viabilidade de alguns países em serem de fato soberanos, pois estes países inviáveis poderão sempre funcionar como “Cavalos de Tróia”. Serão as três Guianas, o Panamá, a Bolívia, o Paraguai e até o Uruguai viáveis?. Até hoje tenho a impressão de que a sua fragilidade, para não dizer pior, é um convite a potências estrangeiras intervirem na região sob a desculpa da ajuda ao desenvolvimento ou da defesa da soberania dos mesmos. (Vejam o exemplo das Malvinas!)
 DEVE-SE REFORÇAR ÀS FORÇAS ARMADAS DO BRASIL, NÃO, emparedá-las, encapsulá-las, reduzi-las à imobilidade e ao silêncio, separá-las do corpo da cidadania nacional, privá-las do respeito e da consideração de que, através da História, sempre gozaram da parte do governo e do povo.

— As FFAA não são Administradora do Patrimônio; sim, Defensora da Soberania da Nação a que ela faz parte. O complexo IPES/IBAD estava no centro dos acontecimentos, como a ligação e organizador do movimento civil-militar dando apoio material e preparando o clima para intervenção militar. O que aconteceu em 31 de março não foi um mero golpe militar, mas um movimento civil-militar. O complexo IPES/IBAD e os oficiais da ESG organizaram a tomada do aparelho do Estado e estabeleceram uma nova relação de forças políticas no poder.
— Homens-chave dos grandes empreendimentos industriais, financeiros e dos interesses multinacionais acumularam vários postos na nova administração. A maioria dos empresários que ocupava cargos-chave estava envolvida em atividades comerciais privadas, relacionadas de perto com suas funções públicas. [481]

—“Os associados e colaboradores do IPES moldaram o sistema financeiro e controlaram os ministérios e principais órgãos de administração pública, permanecendo em cargos privilegiados durante o governo de Castello Branco, exercendo sua mediação no poder. —“Com um programa de governo que emergia da direita, os ativistas do IPES impuseram uma modernização da estrutura sócio-econômica e uma reformulação do aparelho do Estado que beneficiou as classes dominantes empresariais e os setores médios da sociedade em detrimento da massa”.
— Se houve intromissão das FFAA no Golpe de 1964, quem provocou as passeatas? foram as classes dominantes elite e intelectuais. — A organização reuniu entidades femininas e religiosos católicos. O deputado Antônio Sílvio da Cunha Bueno, o publicitário José Carlos Pereira de Sousa e a freira Ana de Lourdes, sobrinha de Ruy Barbosa, articularam o golpe.
— Logo conquistaram as adesões do presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, do governador paulista, Adhemar de Barros, da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e de associações como a União Cívica Feminina comando Antonieta Pellegrini, irmã de Júlio de Mesquita Filho, ...e a Sociedade Rural Brasileira. Alunos do Colégio Mackenzie formaram uma delegação especial. — Até a apresentadora de tevê Hebe Camargo (representante da elite) desfilou. — Toda a mídia corporativa brasileira se comprometeu com o projeto golpista do complexo: O Estado de S. Paulo, Jornal do Brasil, O Globo, Folha de S. Paulo e Diários Associados, entre outros – tornaram-se propagandistas e operadores do golpe militar.
— Com efeito, duas semanas depois da passeata paulista veio o golpe militar de 1964.— As marchas da família, que vinham se repetindo em outras capitais, foram mantidas, mas mudaram de nome. — Passaram a ser as "marchas da vitória". — A marcha do Rio, em 2 de abril, reuniu 1 milhão de pessoas. — Os institutos anti-democráticos em questão recrutaram artistas e intelectuais como: — Rubem Fonseca, Raquel de Queiroz, Gilberto Freire, Jean Manzon (Canal 100), Manuel Bandeira, etc. Homens de negócios como: — Júlio de Mesquita Filho, Alberto Bighton Jr, Herbert Levy, Gastão Eduardo Bueno Filho, José Ermírio de Morais, Heinning Boilenssen, etc. Políticos como: — Antonio Carlos Magalhães, Amaral Neto, Gustavo Capanema, Plínio Salgado, Padre Arruda Câmara, Saturnino Braga, Mário Covas, Cunha Bueno, etc. Articulações desse tipo são geralmente danosas à democracia. — Sempre que ficam carentes de representações, as classes dominantes (chamemos as “elites” por seu nome real) incluindo a burguesia “nacional”, da qual muitos, inclusive o PCB, esperava um comportamento nacionalista e reformista. — Contrariando tal expectativa,a burguesia “nacional” assistiu passivamente e até mesmo apoiou a queda de Jango, condenando a alternativa nacionalista. — A burguesia, a despeito de sua própria posição, ajudou a ancorar firmemente o Estado brasileiro à estratégia global das corporações multinacionais. — “É interessante notar que companhias participantes da Adela Investimentos Co, estavam a frente da campanha contra o governo Jango.
 ADELA – Atlantic Comnunity Development Group for Latin America – grupo multibilionário formado em 62, encabeçado pelos vice-presidentes dos grupos Rockfeller, Fiat. Reunia cerca de 240 cias. Industriais e bancos, entram no jogo institucional de forma truculenta e atabalhoada. — Buscam impor sua vontade a ferro e fogo, uma vez que as regras do convívio político não lhes interessam mais. — Seus impulsos são sempre pela ruptura dessas regras. —Pelo golpe. O grande historiador René Armand Dreifuss chamou de complexo IPES-IBAD, uma frente de profissionais do golpismo patrocinada pela CIA. — A questão é que as forças realmente democráticas, no início dos anos sessenta, demoraram muito para se dar conta sobre o que significava de fato o sinistro complexo, e quando descobriram era tarde demais..
— Estes institutos estiveram diretamente envolvidos no Golpe de 1964. — Após o Golpe, osarquivos do IPES-IBAD foram fornecidos a Golbery do Couto e Silva e ajudariam a formar o acervo de informações do SNI (Serviço Nacional de Informações).


As FFAA fez o que pode para restabelecer à ordem em nosso País.

• No ME – o IPES/IBAD estimulou a formação de organizações e grupos paramilitares de direita,mas não deteve as tendências de esquerda na UNE ‘Serra’.
— O importante é hoje, mediante os erros e desmandos cometidos também observados pelo grande historiador René Armand Dreifuss que chamou de complexo IPES-IBAD, uma frente de profissionais do golpismo patrocinada pela CIA. — A questão é que as forças realmente democráticas, no início dos anos sessenta, demoraram muito para se dar conta sobre o que significava de fato o sinistro complexo, e quando descobriram era tarde demais. — Englobou a maioria das classes dominantes, incluindo a burguesia “nacional”, da qual muitos, inclusive o PCB, esperava um comportamento nacionalista e reformista. — Contrariando tal expectativa, a burguesia “nacional” assistiu passivamente e até mesmo apoiou a queda de Jango, condenando a alternativa nacionalista. — A burguesia, a despeito de sua própria posição, ajudou a ancorar firmemente o Estado brasileiro à estratégia global das corporações multinacionais. “É interessante notar que companhias participantes da Adela Investimentos Co. estavam a frente da campanha contra o governo Jango”.
• ADELA – Atlantic Comnunity Development Group for Latin America – grupo multibilionário formado em 62, encabeçado pelos vice-presidentes dos grupos Rockfeller, Fiat. Reunia cerca de 240 cias. Industriais e bancos.
— É indispensável termos as FA firme e Forte para garantir a Segurança Nacional e em fronteiras. — “O propósito óbvio é o de negar às FA qualquer presença, muito menos influência, na vida institucional da Nação.” — Tal propósito, planejado, obedecendo interesses internacionalistas, foi incrementado durante os últimos 40 anos, principalmente no governo do Sr. Fernando Henrique Cardoso (FHC) e, PELO QUE VEMOS NO DIA-A DIA, AS FORÇAS ARMADAS SUCATEADAS, sem condições de proteger convenientemente a Soberania das nossas Fronteiras; tem tido continuidade no atual governo, embora, de quando em vez, promessas jamais cumpridas, antagonizadas pela realidade vivida pelas FA: parcos recursos e deficiências de toda ordem.
— Como exemplo, a falta de investimentos em novos sistemas de armas e a drástica redução de efetivos militares. — Desde 1967, parcela da obra literária de FHC, extensa e confusa, sugere o desenvolvimento do Brasil e de outros países latino-americanos sob a dependência da macroeconomia norte-americana (Teoria da Dependência). ——Embora considerado por seus pares socialista-marxista, FHC, no seu auto-exílio no Chile, foi admitido na CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina), órgão da ONU, recebendo alto salário emcargo de nível diplomático. Tinha direito a privilégiosisenção de impostosvida abastada, bela casa em bairro nobre, e carro Mercedes Benz com motorista. — Noretorno do seu auto-exílio, em 1978, desembarcou no Brasil com verba de 180 mil dólares, destinada ao CEBRAP, doada pela Fundação FORD.

— O CEBRAP era o “IPES de esquerda”, e tinha entre seus quadros, além de FHC, intelectuais como Paul Singer, Francisco de Oliveira, Arthur Gianotti, Florestan Fernandes, Ruth Cardoso. — O CEBRAP orientou a trajetória política de FHC, culminando com a Presidência da República em 1994: “Como Castelo assumiu com o IPESFernando Henrique assumiu com o CEBRAP” (Sebastião Nery, in Os filhos de 64, Jornal Popular, Belém, PA, 6 Out 1995). IBAD – Instituto Brasileiro de Ação Democrática, IBAD, era uma organização anticomunista fundada em maio de 1959 por Ivan Hasslocher.
— Ao lado dele, jovens empresários fariam parte desta organização e da sua entidade-irmã, o IPES, dois anos e meio depois. — Entre eles, Gilbert Huber Jr. (Grupo Gilberto Huber - Páginas Amarelas), de ascendência norte-americana, Glycon de Paiva e Paulo Ayres Filho. — O financiamento para sua criação do instituto se deu a partir de contribuições de empresários brasileiros e norte-americanos. — A finalidade inicial era combater o estilo populista de JK e possíveis vestígios da influência do comunismo no Brasil. — O IBAD foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava a participação de capital estrangeiro na entidade, fato considerado ilegal. No dia 20 de dezembro de 1963, o IBAD foi dissolvido pelo Poder Judiciário. (Livro A Grande Mentira)



— O Diálogo Interamericano (DI), seminário a que FHC compareceu, e cuja ata de fundação subscreveu no início da década de 80 (1982), juntamente com Luiz Inácio Lula da Silva, é ONG ligada a órgão do Congresso dos EUA; o Centro Acadêmico Woodrow Wilson (CAWW): "A verdadeira ideologia do Sr. FHC "
— FHC ocupa, hoje, alta posição na direção do DI.
— O governo FHC e sua equipe doutrinada, conduziu o Brasil a uma “dependência subalterna”, de forma deliberada, isto é, fez a inserção subordinada da economia brasileira ao capital internacional, obstando por muitos anos vindouros qualquer possibilidade de um desenvolvimento independente do País; — tese defendida por ele nos meios acadêmicos dos tempos em que ainda não pedia para "esquecer o que havia escrito, como conspirador da Pátria Amada Brasil”.
— Os principais colaboradores nomeados para o seu primeiro período de governo integravam o grupo partícipe de reunião em Washington, em novembro de 1989, organizada pelo "Institute for International Economics", patrocinada pelo FMI, Banco Mundial, BID e pelo Governo norte-americano. — Nesta, realizou-se estudo de diagnóstico enfocando o Brasil, elaborado por Eliana Cardoso e Daniel Dantas. — No mesmo instituto foram estabelecidas as bases teóricas do Consenso de Washington.
— Dois anos depois de sua posse na Presidência, FHC teve a sua campanha à reeleição lançada numa reunião do FMI, em Washington, por dois de seus colaboradores: Pedro Malan, ministro da Fazenda e Antônio Kandir, ministro do Planejamento.

— Desde a sua criação, o DI atuou, difundindo teses como as da globalização, da soberania limitada (ou relativa), do direito de ingerência e da interdependência entre as Nações.
— O DI também se dedicou a conscientização de líderes e a outras ações político/ diplomáticas, visando a redução drástica dos efetivos e orçamentos das FA latino-americanas,objetivando enfraquecê-las, porém justificando com a obtenção de maiores recursos para assistência social e para o desenvolvimento. Exerceu pressões para a modificação da destinação constitucional dessas FA, afastando-as das funções de Defesa e tornando-as atuantes contra o terrorismo, narcotráfico, defesa ambiental e nas ações de defesa civil.
— Pressionou a criação de ministérios da Defesa e de quadros civis para colocar tais órgãos sob o poder civil, enquadrando os comandos militares. Buscou como meta o rebaixamento do “status” social e político dos militares, afastando os ministros militares, considerados nacionalistas, da cúpula das decisões nacionais, retirando a influência dos mesmos sobre os presidentes dos países respectivos.

— Defendeu o Direito de Ingerência para o restabelecimento da democracia, nas graves violações dos direitos humanos, crimes ambientais, desastres ecológicos e para o combate do terrorismo e do narcotráfico. Essas nefastas ações, apoiadas, e algumas delas aqui concretizadas nas últimas duas décadas, por brasileiros com poder de mando, como FHC e Lula, estão “justificadas” no livro, referendado pelo governo norte-americano e publicado, em 1990, pela editora Lexington Books, intitulado "The Military and Democracy: The Future of Civil-Military Relations in Latin), editado por Louis W. Goodman, Johanna S..R. Mendelson, e Juan Rial, todos eles membros do DI.
— O DI (Diálogo Interamericano) e FHC não podem esconder que seguiram as ordens do governo dos EUA, pois, em 1995, durante sua visita ao Brasil, o Secretário de Defesa William Perry declarou ao "O Globo" (06-05-95) “que o seu governo quer que as Forças Armadas de cada país passem a ser lideradas por um Ministro de Defesa que SEJA CIVIL.— A liderança civil do sistema de defesa fortalece tanto a democracia quanto as próprias Forças Armadas. — Nós vamos incentivar isso, assim como a idéia de que haja uma transparência cada vez maior no intercâmbio de informações militares entre as três Américas.



— Em junho de 1999, FHC mostrou claramente a sua subordinação, criando, por INCONSTITUCIONAL MEDIDA PROVISÓRIA; O MINISTÉRIO DA DEFESA, SOB DIREÇÃO CIVIL. — Os ministros militares, de então, aceitaram a extinção, embora ilegal, de seus ministérios. — FHC, nos seus governos, ainda, diminuiu fortemente os orçamentos militaresrestringiu aumentos de vencimentossucateou as FFAAcortou verbas para alimentação, diminuiu efetivos, escasseou recursos para pesquisas militares, paralisou o Programa Calha Norte, assinou o tratado de não-proliferação Nuclear, paralisou o desenvolvimento do submarino nuclear, assinou “o vergonhoso acordo 505” (destaque à seguir) e o acordo para o não desenvolvimento de mísseis, afastou as FAAA do centro das decisões nacionais, e privatizou áreas estratégicas para a Defesa. O conjunto da sua obra, sem dúvida, É CRIME DE LESA-PÁTRIA POR SERVIR A INTERESSES ESTRANGEIROS, PREJUDICANDO A NAÇÃO.
— Ouvimos notícias de que China domina a tecnologia da bomba de nêutrons, que lançou seu satélite tripulado, que seus submarinos atômicos com lançadores de artefatos nucleares singram os mares do planeta ou que a Índia tem FA nuclearizadas e vai lançar ao mar, dentro de 10 dias, seu primeiro submarino atômico, incluso com lançadores de artefatos nucleares. — Esses fatos não representam apenas poder militar e capacidade de dissuasão. Significam muito mais do que isso: O domínio de tecnologias de ponta que geram múltiplos benefícios e riquezas para os povos desses países.
— Então, nos perguntamos: por qual razão estamos tão atrasados em relação a países com graves problemas internos, quando não os temos com a mesma complexidade e intensidade? A resposta, configurando triste diferença para o que aqui ocorre, encontramos nas palavras de um Ministro das Relações Exteriores da Índia:
“Temos uma grave responsabilidade para com o nosso País e para com o nosso Povo. Num mundo pleno de conflitos, desejamos a paz e, sobretudo, a independência para atingirmos os objetivos, em função da Nação, a que o Estado se propõe. Ademais, a capacitação nuclear, civil e militar, confere ao nosso País um outro status perante o mundo e as grandes potências.

"Os golpistas de 1964 passaram anos enganando a sociedade brasileira, fingindo que nada estava acontecendo e contaram para isso com o acumpliciamento dos meios de comunicação, que quando não se calavam por conta própria, eram calados pelos censores.
—Recentemente o Estado brasileiro passou a reconhecer o mal que causou a sociedade durante o regime de excessão, e está procurando reparar os danos decorrentes daquele período, isso significa que o próprio Estado reconhece que errou enquanto esteve controlado pelos militares. Enquanto na Argentida o período ditatorial é chamado de “Guerra Suja”, no Brasil não dá para fechar os olhos e chamá-lo de Revolução.
— Vejamos o que diz o dicionário Houaiss sobre o significado da expressão Golpe de Estado:
golpe de Estado:
- é a tomada inesperada do poder governamental pela força e sem a participação do povo
- é o ato pelo qual um governo tenta manter-se no poder, pela força, além do tempo previsto
- é o efeito da realização de tais atos

Fonte para Pesquisa: O meu bom  senso, cívico e patriótico de cidadã brasileira que viveu a melhor fase da minha vida, no período em que diziam no Brasil ser uma ditadura. A Conquista do Estado - livro de René A. Dreifuss  que  muito se pode colher para exploração da pesquisa. 

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Rebelião de Aragarças, ocorrida em dezembro de 1959 contra o Presidente JK

- Democracia sólida, livre das ameaças que pairam ao menor sinal de turbulência política, e que não fique à mercê de aventureiros que, por quaisquer motivos, se julguem no direito de colocar em risco a sobrevivência do sistema político, tornando o País refém permanente dos golpistas de turno.
- Os princípios de hierarquia e disciplina, que regem as Forças Armadas, trazendo à tona a memória de eventos ocorridos em 1963, durante o governo de João Goulart. Na verdade, para além de constituir mais um episódio das conflituosas relações entre os poderes civil e militar que, desde o início da República, dão a tônica de nossa História Política, mostra que, mesmo depois de passados longos anos da
redemocratização, o risco de quebra da normalidade institucional permanece nas mentes dos brasileiros.
- Por outro lado, é também um traço característico dessa História o fato de que, periodicamente, acontecimentos nebulosos, às vezes violentos, mas sempre mal esclarecidos, e que envolvem ora civis, ora militares, desencadeiam crises políticas que colocam em xeque a frágil estabilidade de nosso sistema político.
- A esse respeito, não faltam exemplos. Entre os episódios envolvendo militares, podemos citar a morte de Wladimir Herzog e de Manuel Fiel Filho, em meados da década de 1970, nas dependências do DOI-CODI, em São Paulo, e que provocaram o afastamento do Comandante do II Exército, e o inquérito sobre a responsabilidade pela explosão de duas bombas no Riocentro, em 1981, evento que levou ao irremediável enfraquecimento do governo do Gal. João Batista Figueiredo.
- Já entre os acontecimentos envolvendo civis, são notórios os casos de homicídios, como o de João Pessoa e o de Paulo César Farias; atentados, como o da Rua Toneleros e aquele perpetrado contra Prudente de Morais; documentos forjados, como o Plano Cohen; missivas falsas, como a Carta Brandi e aquelas atribuídas a Arthur Bernardes; rebeliões abortadas, como a de Jacareacanga; escutas
clandestinas, como se viu no episódio do “grampo” no BNDES, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso; denúncias de falcatruas feitas por um irmão contra outro, como no caso de Pedro Collor de Mello; e os mais recentes, como as acusações do deputado Roberto Jefferson contra altas figuras do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, e que levaram a uma verdadeira paralisia política durante o ano de 2005, bem como a divulgação da venda de um dossiê contra a candidatura de José Serra ao governo do Estado de São Paulo, em 2006.
- Na verdade, e embora eventos como esses sejam uma constante na vida política nacional, há em todos eles, uma nota marcante: nenhum foi devidamente apurado, permanecendo sempre uma aura de obscuridade que parece transformar a História do Brasil numa verdadeira novela policial inacabada.
- Dentre os inúmeros episódios não esclarecidos, um que merece destaque é a Rebelião de Aragarças, ocorrida em dezembro de 1959, e que colocou em perigo a sobrevivência do governo de Juscelino Kubitschek e o próprio cumprimento do calendário eleitoral, que previa a escolha de um novo Presidente da República em 1960.
- Na verdade, sabe-se muito pouco sobre o caso, e pesquisas minuciosas estão ainda por serem realizadas.
- A Revolta de Jacareacanga ocorreu em 11 de fevereiro de 1956, quando um grupo de oficiais da Aeronáutica, liderados pelo Major Haroldo Coimbra Veloso, partiu da Base Aérea dos Afonsos, no Rio de Janeiro, com destino ao Pará, onde se revoltaram com o objetivo de depor Juscelino.
- Apesar de a insurreição ter sido prontamente debelada, os rebeldes obtiveram a solidariedade de diversos grupos militares, o que deixava claro que as feridas abertas com o malogrado golpe de 11 de novembro de 1955 ainda não haviam cicatrizado.
- Diante do episódio, Juscelino teria uma atitude conciliatória, concedendo anistia aos envolvidos e arrefecendo, temporariamente, os ânimos golpistas.
(Revista de Economia Política e História Econômica, número 09, dezembro de 2007).
O Brasil estava seguindo o caminho de potência como Nação independente

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Instituição Militar Forças Armadas e Políticas do Brasil: José M. Carvalho

Foi em 31 de março de 1964. Era aluno do curso de sociologia. De repente o choque. O movimento militar, apoiado por políticos e por manifestantes religiosos e anticomunistas da classe média, derrubou o governo com simples movimentação de tropas.
- O governo, os generais do povo, os sindicatos, os partidos e movimentos de esquerda, todos desapareceram, evaporaram, não ofereceram resistência. A primeira surpresa acrescentou-se a outra: os militares não passaram o poder a seus aliados políticos como era de praxe: Vieram, Viram, Venceram e Ficaram.
- O choque da realidade política de 1964 levou José Murilo de Carvalho a estudar as Forças Armadas, questionando-se porque elas eram então relegadas a segundo plano de análise.
- Quarenta anos depois, o autor constata que “os estudos sobre militares ainda se justificam”.
Forças Armadas e Políticas do Brasil reúne textos até agora dispersos de um dos principais pesquisadores sobre a instituição militar no Brasil. Os estudos de José Murilo de Carvalho, representaram uma grande renovação no olhar sobre os militares, sendo referência, e inspiração para muitos cientistas sociais e historiadores.
- Inaugurando a coleção Nova Biblioteca de Ciências Sociais, temos aqui finalmente para a compreensão de atores sociais tão importantes na história do Brasil Republicano.
- José Murilo de Carvalho — Forças Armadas e Política do Brasil – Jorge Zahar Editor — CE 324f
—INBN 85.7110-856-0 — Os dados transcritos ficarão registrados em — “página64” www.pagina64.com.br. — Rio Grande do Sul – Brasil.

Resumo do livro Forças Armadas e Políticas do Brasil:

- Entre os exércitos latino-americanos o brasileiro foi o que herdou mais plenamente a tradição européia. O Colégio e a Academia Militar era qualidade de nobreza aos que neles quisessem ingressar.
- O Cadetismo tinha por objetivo, favorecer a entrada dos nobres no serviço militar, concedendo-lhes privilégios negados a outros grupos sociais, que em seguida recebiam posto de oficial, e vantagens financeiras.
- Os líderes tenentistas durante a Primeira República, quase totalidade era proveniente de família pobres. Os dois Távoras, Luiz Carlos Prestes, Nunes de Carvalho, Siqueira Campos, João Alberto entraram para o Exército, como único caminho disponível para continuarem os estudos.
Brigas, roubos, e bebedeiras eram freqüentes nos quartéis; a população olhava com terror a perspectiva do recrutamento.
- Pela eclosão da guerra, em 1915 Um grupo de jovens reformadores militares sugeriram e criaram a Defesa Nacional, para discussão das suas idéias. O Ministro da Guerra, José Caetano de Faria nomeou um destes oficiais como Oficial- de Gabinete.
- Olavo Bilac filho de militar, plenamente aceito nos meios civis, colocou o fim do “divórcio monstruoso” entre Exército e povo.
- O que na verdade produzia a escola eram bacharéis fardados a competir com os bacharéis sem fardas das escolas de Direito. Estes oficiais gostavam de ser chamados de doutores dentro do próprio Exército; era ”dr. General”, “dr. Tenente”, ou simplesmente “seu doutor”.
- Sua campanha dirigiu-se exatamente aos locais de concentração das elites civis, as faculdades de direito e medicina, sobretudo do centro e sul do país. Partindo daí, a seleção dos cadetes através de sorteio.
- Pelo sorteio argumentavam: “Teremos o Exército que devemos possuir: não uma casta militar, nem uma profissão militar, nem uma milícia assoldada, nem um regime militar, resta oprimido o país: mas, um Exército Nacional democrático, livre, civil, de defesa e coesão, que seja o próprio povo e o povo seja o Exército, de modo que cada brasileiro se ufane do título de “cidadão-soldado”. E a própria essência da nacionalidade”. Conclamava: “ O Exército seja o povo e o povo seja o Exército”.
- Foi criada a Liga de Defesa Nacional com o povo de representante das elites civis. No ano seguinte, exigiu-se carteira de reservista dos candidatos a cargos públicos; reorganizou-se a Confederação do Tiro de Guerra então, sob o controle do exército ampliou-se a instrução militar e havia 677 sociedades de tiro.
Este fato levou a Defesa Nacional em 1919 a reivindicar para o Estado todo o controle do processo de recrutamento. Mas o grande passo, estava dado e a transformação era irreversível. O exército de Hermes e Bilac podia contar agora com abundante e qualificado material humano, modernizar e sistematizar o treinamento, preparar reservas, promover a educação cívica.
- Só então de posse do Monopólio do serviço militar, é que o Exército começou a se tornar uma organização verdadeiramente Nacional. E a revolução de 1930 com quase todos os movimentos militares de ordem Nacional caracterizava-se por choques reais ou previstos entre tropas que vinham do Rio Grande do Sul e tropas que iam do Rio de Janeiro. Tal distribuição de forças afeta também o recrutamento de oficiais; grande parte deles era composta de filhos de militares. Oficiais: — Nordeste= 01 — SP e MF = 0 — RJ = 01 — RGS/DF = 07 — outros = 01 —exterior=12

- Um fator adicional que facilitou a formação e a manutenção do novo dispositivo foi a permanência de Getúlio Vargas na Presidência da República. Nesta posição ele se mantinha acima, embora não fora das disputas. Várias tentativas de golpe militar inclusive de Góes Monteiro, não dava em nada pelas grandes resistências tanto fora como dentro da organização.
- Lei de Segurança Nacional abril de 1935 e, Tribunal de Segurança Nacional setembro de 1936.
- A guerra trouxe exemplos dos exércitos nacionalistas fascistas, nazistas e comunistas.
Também os oficiais-generais se envolveram em manifestações políticas, em revoltas em tentativas de golpe. Seu envolvimento não era novo: era a própria marca registrada da República. Enquanto durou a
pax oligarchica, suas ambições foram contidas pela hegemonia civil. No máximo podiam competir, junto ao governo, por promoções rápidas, boas comissões, postos de prestígios.
- Agora abriam-se as janelas para vôos mais ambiciosos. Até mesmo o presidente da República passava a ser o objetivo atingível. De fato, quase todos os generais importantes da época envolveram-se em conspirações. Góes Monteiro foi um permanente candidato a Presidente da República. Em 1934, houve tentativas abertas de fazer dele um candidato de oposição a Getúlio Vargas.
- A desunião inicial dos militares permitiu a GETÚLIO VARGAS MESTRE DE MANIPULAÇÃO, utilizá-los em benefício de seus interesses políticos. Interessava ao chefe da revolução, a existência de uma força armada suficientemente forte para servir de contrapeso as remanescentes lideranças oligárquicas e às novas lideranças civis que despontavam umas não tão fortes que ameaçasse sua própria liderança. Era um jogo complexo e arriscado jogo que Getúlio Vargas se dedicou com êxito, durante quinze anos. O fortalecimento da organização militar e o controle simultâneo de seus chefes.
- A tática permitiu que Getúlio Vargas se mantivesse no poder nos momentos de crise, como a sucessão presidencial de 1934. As revoltas de 1935 e o golpe de 1937, quando Eurico Gaspar Dutra Ministro da Guerra, e Góes Monteiro, chefe do Estado maior do Exército, se sentiram com força suficiente, para dispensar a mediação de Getúlio Vargas na Implantação do Estado Novo; Góes Monteiro, estava longe de competir com Getúlio Vargas.
- Vargas era um moderador de conflitos políticos de civis e militares; existiam dois conflitos: primeiro estrutural — divisão do Exército e a Marinha, — segundo de natureza ideológica e política, Góes Monteiro erra irrequieto e dispersivo, boquirroto, politicamente ambicioso. Além do mais a morte trágica do filho em acidente de aviação em 1937 deixara-o pisicológicamente abalado e com tendência para se exceder na bebida. Não tinha condições e Administrar a realização de suas próprias idéias, teve no entanto a sorte de encontrar o companheiro perfeito; — o General Eurico Gaspar Dutra; este tímido, sem ambição política, sem pretensões intelectuais, um executor, Dutra era um disciplinador, administrador, um homem da caserna, seguia as ordens de Góes Monteiro, que confiava em sua ação.
- Em dois anos monopolizaram o controle do Ministério e do Estado Maior do Exército.
Ministério da Guerra: 1930/31 L.Castro – 1932/33 E.Cardoso – 1934 Góes - 35 J.Gomes – 1936/37/38/39/40/41/42/43/44 Dutra – 1945 Góes.
- Chefia EME: Malan – 1931 Tasso – 1932/33 A.Neves – 1934 Silveira – 1935 Pastaleão – 1936 P.Andrade – 1937/38/3940/41/42/43 Góes – 1944 Jul.Cardoso – 1945 Barcelos.
- Presidencia do Clube Militar: 1930 J.Gomes – 1931/32 Aranha – 1933/34 Dutra - 1935/36 Góes – 1937/38 Parga - 1939/40/41/42/43 Meira – 1944/45 J.Pessoa.
Grupos reforçados pela liderança de Góes Monteiro e Eurico Gaspar Dutra:
- Parga Rodrigues, Guedes da Fontoura, Lucio Esteves, Paes de Andrade, Manoel Rabelo, José Pessoa, Horta Barbosa, Pantaleão Pessoa, Cristóvão Barcelos, Mauricio Cardoso
- Tasso Fragoso, Meira Vasconcelos, José Pessoa, Mariante, Andrade neves, Mena Barreto, João Gomes, Valdomiro Lima.
- Os dois ocuparam posições chaves desde 1933 no Ministério da Guerra, na chefia do Estado – Maior do Exército, e na presidência do Clube Militar. Falando sobre o ambiente na Escola Militar, nessa época uma testemunha afirma: “Naquele tempo entrar na política era uma coisa perigosa. Havia muito choque”.

- Em 1943 Getúlio Vargas criou a Legislação Trabalhista, social e sindical sendo apoiado por todos os partidos inclusive o partido comunista. Foi a causa imediata do divórcio entre Getúlio Vargas e as Forças Armadas então, tomadas pelo anticomunismo e pela pretensão de guiar o Estado. Em 1945, ficaram contra Getúlio Vargas os principais entre seus antigos auxiliares como os generais Góes Monteiro, Gaspar Dutra, Canrobert, tidos sempre como simpatizantes do Eixo, e contrários ao aumento de 100%, concedido ao salário mínimo, pelo Ministro do Trabalho João Goulart, e receio a política trabalhista.
- Em 1954 os acontecimentos se precipitaram. Em fevereiro, foi publicado o “Memorial dos Coronéis“, assinado por 82 oficiais superiores lotados no Rio de Janeiro, concentrados no Estado – Maior do Exército e na Escola Superior de Guerra. Foi redigido pelo coronel Golbery de Couto e Silva, o “Memorial” punha ênfase na precariedade da situação funcional do Exército, com queixas contra a insuficiência de verbas, a falta de estímulo profissional, os baixos vencimentos, a desunião. Mas segundo admitem pessoas ligadas aos signatários, a finalidade principal, era atingir João Goulart, ministro do Trabalho, cujo projeto de aumento de 100% do salário mínimo era criticado no final do ”Memorial”, na pessoa de Goulart, o alvo era o mesmo de sempre a alegada influência comunista nas Forças Armadas e no país, tolerada (dizendo eles) pelo então presidente.
- Na realidade, o “Memorial” pretendia incentivar os generais a uma ação anti-Vargas. Em seguida deu-se a morte do major Rubens Vaz quando foi a gota d’água.
- Afonso Arinos aos gritos histéricos na câmara pedia a renúncia de Getúlio Vargas.
- A luta contra o fantasma de Getúlio Vargas continuou.
- Constituiu assim, a nova facção Militar, integrada da hierarquia Militar na qual o grupo anti-Vargas se escondia atrás dos interesses de toda a organização.
Os partidários Militares de Getúlio Vargas não tiveram forças para reagir. Estava em andamento o Golpe de 1964.
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segunda-feira, 3 de maio de 2010

Celso Furtado, Plano Trienal, Acordo de Kioto, Projeto da Sudene

Eu ouso dizer a vocês que a China é hoje provavelmente o mais brilhante discípulo de Celso Furtado, depois da Coréia e depois de Taiwan.

Eu não sei se as obras de Celso Furtado foram traduzidas para o chinês, mas, se foram, eu não me surpreenderia. Se não foram traduzidas, o pensamento chegou por outras vias, mas chegou lá também. Não só o pensamento abstrato, mas também a ação concreta.

Provavelmente além de Celso Furtado por lá apareceram Francisco Julião e Gregório Bezerra, para tornar seus pensamentos auto-realizável, e porque não Antonio Conselheiro de Belo Monte, se não tivesse sido  impedido através da degola a mando dos militares e oligarcas, hoje o Brasil seria uma Grande potência.

Hoje em dia, há um processo de redução da desigualdade regional em nosso país.

Se olharmos o mundo e olharmos o mapa do Brasil do ponto de vista das diferenças de renda, obviamente o Nordeste aparece como a região mais pobre, muito mais pobre que todas as outras regiões brasileiras, inclusive o Norte e o Centro-Oeste. Através das pesquisas,  chego a conclusão que naquela época adotaram estratégias para o esvasiamento  parcial do Nordeste, usando como desculpa a SECA; - hoje comprovado através de pesquisas que o Nordeste é rico  para o abastecimento hídrico. E outro mito que foi espalhado hoje desvendado... o nordeste não é pobre.

Os militares e governantes do nordeste  sufocados pelos altos juros dos empréstimos constituidos com os bancos da Grã Bretanha, migrou seu povo para as grandes cidades de forma desordenada, injusta,  povo sufocado no ímpeto de luta pelo desenvolvimento oligárquico da região, distribuindo  assim  seus  custos sociais com os outros estados,  ficando a predominância dos oligarcas e coronéis.

A prioridade foi dada aos coronéis que sempre dominaram o latifúndio. A burguesia da cafeicultura ficou assombrada com as dívidas e obrigou Getúlio a assinar um decreto, perdoando a metade das dívidas dos cafeicultores e dando prazos enormes, praticamente sem juros, para pagamento da outra metade.  Ficou assim a reforma agrária suspensa por determinação dos militares e governantes; a meta seria a industrialização, frente as diretrizes legada aos doze economistas convocados à responsabilidade de destinar os rumos da nossa Nação brasileira durante os anos de chumbo, em decorência do Golpe de Estado e NÃO a tentativa de salvar o País de um regime cansado. 


O mesmo Golpe que exilou para a Europa D.Pedro II e a  princesa Isabel 
porque haviam libertado uma raça, mas perdido o trono; 
 os militares e coronéis transformaram a 
libertação do povo pela pricensa Isabel  na prisão deste povo  pelos banqueiros... 
O mesmo Golpe que tirou a vida de Getúlio Vargas que... em 1932 
pela primeira vez convocou o banco da  clã Rotschild para 
explicar a dívida pública e renegociou  seu montante... 
O mesmo Golpe que exilou dando fim a vida de João Goulart 
porque este era favorável a
  reforma agrária em nosso País...


Esse é o novo Brasil...

Esse novo Brasil nós podemos tentar entender se formos capazes não de simplesmente trazer o pensamento de Celso Furtado – que, aliás, esteve entre nós até pouco tempo –, mas de usar sua metodologia; usar, sobretudo, a sua heterodoxia, estou só me aproveitando para enfatizar o que vocês já ouviram. Celso Furtado foi um pensador extremamente independente, tendo suas próprias idéias, suas próprias idéias.

Celso Furtado, chamado para ser ministro do Planejamento, em 1963, por João Goulart, que lhe encomendou um plano de ajuste conjuntural, numa época de grande crise, inclusive inflacionária, no Brasil, ele produziu o Plano Trienal. O Plano Trienal seria um importante documento para discussão das políticas de ajuste estrutural da nossa economia.

A ele foram dirigidas críticas, mostrando-lhe que o plano Trienal não era um plano de revolução socialista no Brasil.

Doze economistas, formaram a cúpula, para discutir com os militares os rumos da economia brasileira, desprezando as teorias graciosamente oferecidas pelo maistream Celso Furtado.

Cuja aplicação se deu, curiosamente, em seguida, no regime militar, por incrível que pareça. Entre o Plano Trienal e o plano que o regime militar produziu, dois anos depois, havia óbvias coincidências que foram na época reconhecidas e que levaram efetivamente ao “milagre econômico”.

Celso Furtado foi, de alguma maneira, também o inspirador de um período de mais brilhante crescimento, e de maior injustiça social que nós conhecemos, fim da década de 1960, a década de 1970 o ‘milagre econômico’.

Durante o regime militar, Celso Furtado foi exilado e tornou-se professor em Paris, onde, pelo que sei, foi professor formador de uma plêiade de economistas brasileiros que passaram por lá.

Pergunto? sabem porque Celso Furtado foi exilado do Brasil?....Perguntemos aos Banqueiros!

Em Paris, ele passou a pensar o mundo.

Os livros de Celso Furtado a partir dessa época tratam mais da economia mundial do que apenas da economia do subdesenvolvimento, da economia do Brasil, da América Latina.

E essa contribuição não é absolutamente de se esquecer, de se julgar menor. Quero me referir a uma questão que é hoje objeto de grandes debates entre nós, quando Celso Furtado dizia que é uma ilusão o desenvolvimento econômico no sentido de difundir para a periferia do terceiro mundo os padrões de produção e, sobretudo, de consumo do primeiro mundo, e que, simplesmente por razões ambientais e limitação dos recursos naturais do planeta Terra, este sonho de homogeneização, por cima, da humanidade é impossível.

Esta tese bastante controvertida, está sendo discutida no governo brasileiro, entre nós, no Ministério do Meio Ambiente e no Ministério do Desenvolvimento.

Ainda hoje, esse trabalho de Celso Furtado, que inspirou muitos outros depois lá na Europa, ele implica uma readequação da sociedade.

Aqui entra a Sociologia: a idéia da sua homogeneização, da sua difusão integral, de vivermos um dia o mundo todo desenvolvido.

Esse trabalho de Celso Furtado tem a ver com as metas do milênio, de que tanto se fala hoje.

A tendência à concentração de renda, Celso Furtado que mantinha sua opinião sobre a necessidade de integrar as massas dentro do mercado de trabalho e consumidor, do contrário não seria possível sustentar taxas de crescimento, o dinamismo da economia, já que parcela da população não podia consumir. Por isso era necessário internalizar o processo de formação da riqueza, com a idéia de distribuição de renda, mesmo que para Furtado essa concentração de renda tenha sido fundamental para essa fase de expansão da economia.

A ONU adotou de uma forma muito festiva, muito importante politicamente, a meta de reduzir a pobreza mundial à metade em poucos anos, até 2015.

Será que é possível reduzir a pobreza no mundo sem afetar os padrões de consumo do primeiro mundo, sobretudo dos Estados Unidos?

A discussão a respeito do acordo de Kioto, a resistência do governo de Bush e o atual a se adequar às exigências de Kioto, tudo isso tem a ver com esta contribuição de Celso Furtado.

A grandeza de Celso Furtado, as advertências que fazia a Francisco Julião pela sua rebeldia e insistência na reforma agrária no país, também o respeito a Gregório Bezerra, dois desbravadores que levaram o projeto da Sudene pela Reforma Agrária no Nordeste Pernambucano, lutando contra a tirania dos coronéis latifundiários.

Enfim, o Brasil perdeu!... não deu continuidade ao esquema perfeito, perdeu quarenta anos em sua economia, além de ficar expropriado. É por estes motivos que o  povo brasileiro  luta na Justiça, pretende não  a reestatização da Vale, sim... a anulação da sua privatização. Aquela privatização foi uma fraude, um engodo. E o povo brasileiro tem de retomar o controle deste patrimônio que lhe pertence de direito e que lhe foi expropriado. Todas as privatizações em nosso País foram realizadas  através de processos fraudulentos, em que se passou por cima da vontade popular ou melhor, em que o proprietário do patrimônio - o povo brasileiro - teve seu patrimônio doado sem ter sido consultado, na expressão do jurista Fábio Konder Comparato. O que é um escândalo.

Além das vergonhosas doações, o Brasil permaneceu devedor de uma dívida pública vergonhosa, desde a "provocada" guerra do Paraguai que troxe para o Brasil a dívida pública . Isso permite que ELES (na verdade, NÓS) ofereçam a SOLUÇÃO para os problemas que eles mesmos criaram – uma nova legislação que continua avançando na consolidação do poder global ou na erosão de mais direitos básicos ou da soberania de um país.