No momento, para a esquerda, o "perigo" americano continua ainda mais ameaçador do que no passado e tem um endereço: a Amazônia, com sua rica biodiversidade e jazidas de minérios raros, como o nióbio. Os militares foram chamados a "defender" a região amazônica contra a "cobiça internacional", especialmente depois de o presidente da França, François Mitterrand, e o ex-presidente da União Soviética, Mickail Gorbachev, terem afirmado que "a Amazônia é um patrimônio da humanidade". Como resultado dessa nova política de segurança nacional, muitas unidades do Exército foram deslocadas do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro para a região amazônica, depois da onda de revanchismo contra as Forças Armadas promovida pelo Governo Fernando Henrique Cardoso, quando familiares de terroristas comunistas como Carlos Lamarca e Carlos Marighela foram premiados com indenizações milionárias, os militares brasileiros estão se sentindo acuados, muitos sendo demonizados pela imprensa - que é totalmente controlada pelas esquerdas -, acusados, sem provas, de terem sido torturadores durante o "regime militar". Enquanto isso, a esquerda se aproveita de episódios internos e externos para "revigorar" o nacionalismo dos militares, especialmente quando se trata de incutir neles um sentimento antiamericano renovado e redobrado. Isso pode ser exemplificado por três fatos recentes: o repúdio ao ingresso do Brasil na ALCA, a discussão sobre a permissão de os norte-americanos utilizarem ou não a Base de Lançamentos de Alcântara, no Maranhão, e a Guerra no Iraque, iniciada em março de 2003 pela coalizão anglo-americana para desalojar Saddam Hussein do poder.
Assim, está aumentando, ultimamente, a influência da esquerda nas Forças Armadas, especialmente entre os militares mais jovens, que não presenciaram os violentos "anos da matraca" e hoje estão sendo domesticados pela mídia em geral, como micos adestrados, tendo seus cérebros lavados pela "Grande Mentira" propalada pela esquerda, qual seja: a de que ela, a esquerda, lutou nos anos de 1960 e 70 para derrubar a ditadura militar e implantar a democracia no Brasil. Sabemos que isso não corresponde à verdade, pois todos os grupos terroristas atuantes naquela época, marxistas das mais diversas linhas, como a soviética, a cubana, a chinesa e a albanesa, queriam implantar em nosso País a ditadura do proletariado. Ou seja, o comunismo, nunca a democracia. Se muitos dos militares brasileiros já têm sua opinião pré-formada pela mídia esquerdista no dia-a-dia, o que dizer daqueles militares que freqüentam as universidades - hoje em grande número, não só oficiais, mas também sargentos – onde convivem com a nata da intelectualidade marxista?
Com a criação do Ministério da Defesa, em 1999, finalizou-se o cerco às Forças Armadas, que perderam expressão política quando os antigos ministros militares se tornaram meros comandantes de suas Forças singulares, sob ordem de um ministro civil. Ironicamente, essa manobra política foi praticamente uma imposição do Governo dos EUA ao Governo FHC, apoiada sem restrições pelas esquerdas brasileiras. Para os EUA, interessam Forças Armadas brasileiras subordinadas a um comando civil, como ocorre lá, para diminuir a chance de haver movimentos e golpes militares que ocorreram desde o início da República, em 1889. As esquerdas, por sua vez, preferem que as Forças Armadas brasileiras sejam totalmente domesticadas, preferencialmente dirigidas por uma ideologia de esquerda, para que se atenham à defesa externa e, internamente, sejam meras milícias populares subordinadas ao poder civil, sem nenhum poder político ou, pelo menos, que sejam inertes, inócuas, apolíticas e "legalistas" durante os embates ideológicos mais extremistas que vierem a ocorrer.
Enquanto isso, muitos militares da reserva, a exemplo de integrantes do Clube Militar, despendem suas parcas energias num sentimento antiamericano inútil e pueril. Enxergam suas excelências perigos ianques na Amazônia, quando o perigo real é o tráfico de drogas e o contrabando da flora e fauna locais. Temem esses generais que o Brasil perca sua autonomia se conceder um pedaço da base de lançamentos de foguetes de Alcântara aos EUA, como se nós perdêssemos a soberania nacional por termos sedes de embaixadas estrangeiras em Brasília, onde também não podemos entrar, a não ser como convidados. Enquanto isso, a Amazônia é espoliada e deixamos de receber 30 milhões de dólares anuais pela negação de Alcântara aos americanos. É o nacionalismo burro e xenófogo atuando a pleno vapor, já abordado pelo magistral Roberto Campos - o saudoso "Bob Fields" das esquerdas.
Fonte:
Felix Maier
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